JÁPETO
JÁPETO, décimo titã da série, não teve um papel de muito destaque na mitologia. O seu brilho foi praticamente ofuscado pela grandiosidade da sua cria. De um dos filhos, mais especificamente. Ao casar-se com a oceânide CLÍMENE, JÁPETO tornou-se pai de MENÉCIO, ATLAS, EPIMETEU, e do grande PROMETEU. Este, um apreciador da “dolosa arte”. Tão apreciador, que comprometeu até a sua liberdade.
Esta foi uma época em que a RAÇA DE OURO, surgida na época de Cronos, extinguiu-se. Estamos falando da paradisíaca raça de ouro, na qual os homens viviam como deuses: não trabalhavam, alimentavam-se do que a natureza produzia (e ela produzia em abundância) e desconheciam os males do mundo. O mal inexistia para os homens.
PROMETEU inaugura um tempo do sepultamento da inocência. Ele é o responsável pela extinção da RAÇA DE OURO. O rei do Olimpo nesse momento é ZEUS – um rei democrático, descentralizador, certamente o soberano maior. O grande líder divino a ser respeitado. PROMETEU ignora esse detalhe. E ele, juntamente com a humanidade, acaba pagando o preço desse desrespeito.
É chegada a hora da separação entre deuses e homens mortais. PROMETEU quer comemorar o fato, e simplesmente decide trapacear ZEUS num jantar, no qual o convida e o pede que opte por um dos dois pratos que serviu. ZEUS precisa escolher: ou uma tigela cheia de carne reluzente, ou um prato lotado de ventre de boi. Contudo, há nos pratos uma pegadinha: o de carne esconde um punhado de ossos e o do ventre, abriga a carne mais apetitosa do Olimpo. ZEUS desconfia da astúcia. Mas o seu posto de rei o força a escolher a carne reluzente. Ao abri-la e deparar-se com o lote de ossos, ZEUS, irado, castiga a humanidade. Retira dela um bem precioso: o fogo.
Inconformado e aturdido, PROMETEU desafia ZEUS pela segunda vez: rouba o fogo e o devolve aos homens. Ele aumenta a dose de ira do todo-poderoso. ZEUS então prepara uma emboscada: pede a seu filho Hefesto que fabrique a primeira mulher mortal, no intuito de entregá-la aos homens. Além disso, castiga severamente PROMETEU: acorrenta-o ao Monte Cáucaso e designa uma águia para atormentá-lo, devorando o seu fígado todos os dias. Por ser imortal, o fígado de PROMETEU se regenera durante a noite, e nos dias subsequentes, é devorado, outra vez, pela mesma águia.
Antes de ser castigado porém, PROMETEU adverte o seu irmão EPIMETEU, o mais ingênuo de todos, que não aceite nada que vier de ZEUS.
O deus dos deuses segue com seu plano. Hefesto, então, fabrica a primeira mulher do mundo: PANDORA, que depois de pronta, é lindamente adornada pelas deusas. Em seguida, é enviada a EPIMETEU. Antes de sair porém, ZEUS a entrega uma caixa e recomenda para jamais abri-la.
Ao ver a beleza estonteante da primeira fêmea mortal, EPIMETEU cai de amores pela bela. Está inebriado a ponto de casar-se com a moça e esquecer completamente a advertência do irmão. Um belo dia, PANDORA, que tem parte da personalidade dissimulada de HERMES, transborda de curiosidade e resolve abrir a caixa que ZEUS a entregou: tragédia grega! Há na caixa, apreendido, um turbilhão de males que se espalha pelo mundo. Ao se dar conta da mancada monumental, PANDORA corre e fecha a tampa. Resta no final da caixa apenas a esperança.
Surge então um novo tempo. PANDORA deflagra uma nova época em que os homens não mais viverão como os deuses. Surgem a fadiga, a miséria, a doença. A morte dolorosa. O excesso. Vem a raça de prata e a de bronze. E PROMETEU? Permanecerá acorrentado. O titã deixou-se corromper pelo imediatismo de sentir-se superior ao todo-poderoso. E ainda acrescentou um gole de deboche que respingou o dano na humanidade. Cautela teria sido mais adequado...
Sêneca em “Os Enganos do Mundo”, diz que “a liberdade é um bem que não pode ser nem comprado e nem vendido - você deve dar a si mesmo. “Peça-o para ti mesmo”. O filho de JÁPETO, PROMETEU, não somente não pediu, mas também perdeu esse bem.

PROMETEU inaugura um tempo do sepultamento da inocência. Ele é o responsável pela extinção da RAÇA DE OURO. O rei do Olimpo nesse momento é ZEUS – um rei democrático, descentralizador, certamente o soberano maior. O grande líder divino a ser respeitado. PROMETEU ignora esse detalhe. E ele, juntamente com a humanidade, acaba pagando o preço desse desrespeito.
É chegada a hora da separação entre deuses e homens mortais. PROMETEU quer comemorar o fato, e simplesmente decide trapacear ZEUS num jantar, no qual o convida e o pede que opte por um dos dois pratos que serviu. ZEUS precisa escolher: ou uma tigela cheia de carne reluzente, ou um prato lotado de ventre de boi. Contudo, há nos pratos uma pegadinha: o de carne esconde um punhado de ossos e o do ventre, abriga a carne mais apetitosa do Olimpo. ZEUS desconfia da astúcia. Mas o seu posto de rei o força a escolher a carne reluzente. Ao abri-la e deparar-se com o lote de ossos, ZEUS, irado, castiga a humanidade. Retira dela um bem precioso: o fogo.
Inconformado e aturdido, PROMETEU desafia ZEUS pela segunda vez: rouba o fogo e o devolve aos homens. Ele aumenta a dose de ira do todo-poderoso. ZEUS então prepara uma emboscada: pede a seu filho Hefesto que fabrique a primeira mulher mortal, no intuito de entregá-la aos homens. Além disso, castiga severamente PROMETEU: acorrenta-o ao Monte Cáucaso e designa uma águia para atormentá-lo, devorando o seu fígado todos os dias. Por ser imortal, o fígado de PROMETEU se regenera durante a noite, e nos dias subsequentes, é devorado, outra vez, pela mesma águia.
Antes de ser castigado porém, PROMETEU adverte o seu irmão EPIMETEU, o mais ingênuo de todos, que não aceite nada que vier de ZEUS.
O deus dos deuses segue com seu plano. Hefesto, então, fabrica a primeira mulher do mundo: PANDORA, que depois de pronta, é lindamente adornada pelas deusas. Em seguida, é enviada a EPIMETEU. Antes de sair porém, ZEUS a entrega uma caixa e recomenda para jamais abri-la.
Ao ver a beleza estonteante da primeira fêmea mortal, EPIMETEU cai de amores pela bela. Está inebriado a ponto de casar-se com a moça e esquecer completamente a advertência do irmão. Um belo dia, PANDORA, que tem parte da personalidade dissimulada de HERMES, transborda de curiosidade e resolve abrir a caixa que ZEUS a entregou: tragédia grega! Há na caixa, apreendido, um turbilhão de males que se espalha pelo mundo. Ao se dar conta da mancada monumental, PANDORA corre e fecha a tampa. Resta no final da caixa apenas a esperança.
Surge então um novo tempo. PANDORA deflagra uma nova época em que os homens não mais viverão como os deuses. Surgem a fadiga, a miséria, a doença. A morte dolorosa. O excesso. Vem a raça de prata e a de bronze. E PROMETEU? Permanecerá acorrentado. O titã deixou-se corromper pelo imediatismo de sentir-se superior ao todo-poderoso. E ainda acrescentou um gole de deboche que respingou o dano na humanidade. Cautela teria sido mais adequado...
Sêneca em “Os Enganos do Mundo”, diz que “a liberdade é um bem que não pode ser nem comprado e nem vendido - você deve dar a si mesmo. “Peça-o para ti mesmo”. O filho de JÁPETO, PROMETEU, não somente não pediu, mas também perdeu esse bem.
Parabéns Micucci! Blog constantemente atualizado. Adoro navegar nele.
ResponderExcluirIncrível Sarah, o texto está ótimo como sempre :)
ResponderExcluirAss: Leandro
Quem me conhece sabe que amoooo mitologia grega!
ResponderExcluirAdorei o blog, e estou ansiosa para ler seu livro!
Beijo!
A sabedoria dos filósofos gregos e a mitologia estão ligados de forma intrinsecamente genial.
ResponderExcluirCabe a nós descobrirmos tudo o que essa coletânea de saber pode nos proporcionar.
Valeu.
Jacques Beduhn
http://relativaseriedade.blogspot.com/