domingo, 17 de abril de 2011

Série 12 TITÃS

 MNEMÓSINE
  

"Cantar, é mover o dom...” diz Djavam em SEDUZIR”. Hesíodo, por sua vez, conta-nos que cantar é revelar o mundo. É desvelá-lo. E esse dom do canto, na mitologia grega, é inicialmente praticado pelas MUSAS. São elas quem abrem a teogonia (nascimento do deuses). Cantam e dançam em volta do altar de Zeus, prestigiam os olimpianos. São as donas de belas vozes. Vozes ardentes.

A mãe das musas é a sagrada MNEMÓSINE, a deusa da memória, que nos protege do esquecimento.  MENMÓSINE é, dessa maneira, a décima-primeira TITÂNIDE, a de belos cabelos, adornados de pérolas e flores. Foi desposada por ZEUS. Mais precisamente falando, foi a quinta esposa de ZEUS. Ele deitou-se nove noites com a deusa da memória, e quando o ano girou e as estações retornaram, MNEMÓSINE deu à luz nove moças de ânimo alegre e festeiro: as NOVE MUSAS.

O critério que impera nas MUSAS é a bela voz e a doçura. Suas vozes são tão amáveis e poderosas, que, aqueles que são amados por elas, jamais serão torturados por angústias ou aflições. As MUSAS sabem como acalmá-los no ânimo. São grandiosas. E para celebrá-las, eu trouxe abaixo NOVE MUSAS DA MÚSICA e tais, como se o OLIMPO de hoje fosse aqui!


CALÍOPE (significa: bela voz, belo rosto)
É a MUSA da POESIA ÉPICA, ou HERÓICA.
É a rainha das musas. Usa uma coroa de ouro
indicando a supremacia entre as outras.

(Homenagem a Grazi Massafera
que tem beleza e voz meiga de musa.)


ERATO (vem de: Eros, Amor)
É a MUSA da POESIA LÍRICA.
É a mais amável. É uma jovem coroada de rosas,
sempre acompanhada da lira e do Amor.

(Homenagem à Marisa Monte
que canta, sobretudo, o amor)



CLIO (significa: glória, fama)
É a MUSA da HISTÓRIA.
É a inventora da guitarra. Ao seu lado, sempre o Tempo, provando que a história avança em todas as épocas e lugares.
(Homenagem à Gisele Bündchen que fez história, fama e glória no Brasil e no exterior).





EUTERPE (significa: a que sabe agradar)

É a MUSA da MÚSICA.
É a inventora da flauta.
Está sempre ao lado de papéis de música, oboés,
e outros instrumentos.

(Homenagem a Zizi Possi,
voz mais linda da MPB, que agrada o Brasil e o resto do mundo)


TALIA (significa: florescer)
É a MUSA da COMÉDIA.
Tem sempre um clarim e uma máscara na mão
que serviam de sustentação de voz
dos atores de comédias antigas.

(Homenagem a Vanessa da Mata
musa da música, quase sempre ao lado das flores).

MELPÔMENE (significa: cantar)

É a MUSA da TRAGÉDIA.
Mas seu canto é alegre!
Usava máscara e coturnos – traje tradicional de atores trágicos.
     
(Homenagem à Madonna,
que sempre ousou na música, na roupa, na atitude).



TERPSÍCORE (significa: 'delícia de dança')
É a MUSA da DANÇA.
É tão alegre e viva quanto as outras musas.
Toca a harpa.

(Homenagem à Shakira,
inigualável. Supera todas dançando).

POLÍMNIA (significa: a de muitas canções)
É a MUSA da RETÓRICA.
Seu nome significa glória, fama.

(Homenagem à Ivete Sangalo,
nossa eterna musa baiana, linda,
competente e eloqüente).



URÂNIA (significa: céu, celestial)
É a MUSA da ASTRONOMIA e ASTROLOGIA.Tem sempre com um globo terrestre por perto.

(Homenagem à Ticiane Villas Boas,
musa do jornalismo que nos encanta
transmitindo as notícias do globo terrestre).


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Série 12 TITÃS

JÁPETO
  
JÁPETO, décimo titã da série, não teve um papel de muito destaque na mitologia. O seu brilho foi praticamente ofuscado pela grandiosidade da sua cria. De um dos filhos, mais especificamente. Ao casar-se com a oceânide CLÍMENE, JÁPETO tornou-se pai de MENÉCIO, ATLAS, EPIMETEU, e do grande PROMETEU. Este, um apreciador da “dolosa arte”. Tão apreciador, que comprometeu até a sua liberdade.
  
Esta foi uma época em que a RAÇA DE OURO, surgida na época de Cronos, extinguiu-se. Estamos falando da paradisíaca raça de ouro, na qual os homens viviam como deuses: não trabalhavam, alimentavam-se do que a natureza produzia (e ela produzia em abundância) e desconheciam os males do mundo. O mal inexistia para os homens.
  
PROMETEU inaugura um tempo do sepultamento da inocência. Ele é o responsável pela extinção da RAÇA DE OURO. O rei do Olimpo nesse momento é ZEUS – um rei democrático, descentralizador, certamente o soberano maior. O grande líder divino a ser respeitado. PROMETEU ignora esse detalhe. E ele, juntamente com a humanidade, acaba pagando o preço desse desrespeito.
  
É chegada a hora da separação entre deuses e homens mortais. PROMETEU quer comemorar o fato, e simplesmente decide trapacear ZEUS num jantar, no qual o convida e o pede que opte por um dos dois pratos que serviu. ZEUS precisa escolher: ou uma tigela cheia de carne reluzente, ou um prato lotado de ventre de boi. Contudo, há nos pratos uma pegadinha: o de carne esconde um punhado de ossos e o do ventre, abriga a carne mais apetitosa do Olimpo. ZEUS desconfia da astúcia. Mas o seu posto de rei o força a escolher a carne reluzente. Ao abri-la e deparar-se com o lote de ossos, ZEUS, irado, castiga a humanidade. Retira dela um bem precioso: o fogo.

Inconformado e aturdido, PROMETEU desafia ZEUS pela segunda vez: rouba o fogo e o devolve aos homens. Ele aumenta a dose de ira do todo-poderoso. ZEUS então prepara uma emboscada: pede a seu filho Hefesto que fabrique a primeira mulher mortal, no intuito de entregá-la aos homens. Além disso, castiga severamente PROMETEU: acorrenta-o ao Monte Cáucaso e designa uma águia para atormentá-lo, devorando o seu fígado todos os dias. Por ser imortal, o fígado de PROMETEU se regenera durante a noite, e nos dias subsequentes, é devorado, outra vez, pela mesma águia.
  
Antes de ser castigado porém, PROMETEU adverte o seu irmão EPIMETEU, o mais ingênuo de todos, que não aceite nada que vier de ZEUS.
   
O deus dos deuses segue com seu plano. Hefesto, então, fabrica a primeira mulher do mundo: PANDORA, que depois de pronta, é lindamente adornada pelas deusas. Em seguida, é enviada a EPIMETEU. Antes de sair porém, ZEUS a entrega uma caixa e recomenda para jamais abri-la.
  
Ao ver a beleza estonteante da primeira fêmea mortal, EPIMETEU cai de amores pela bela. Está inebriado a ponto de casar-se com a moça e esquecer completamente a advertência do irmão. Um belo dia, PANDORA, que tem parte da personalidade dissimulada de HERMES, transborda de curiosidade e resolve abrir a caixa que ZEUS a entregou: tragédia grega! Há na caixa, apreendido, um turbilhão de males que se espalha pelo mundo. Ao se dar conta da mancada monumental, PANDORA corre e fecha a tampa. Resta no final da caixa apenas a esperança.
  
Surge então um novo tempo. PANDORA deflagra uma nova época em que os homens não mais viverão como os deuses. Surgem a fadiga, a miséria, a doença. A morte dolorosa. O excesso. Vem a raça de prata e a de bronze.  E PROMETEU? Permanecerá acorrentado. O titã deixou-se corromper pelo imediatismo de sentir-se superior ao todo-poderoso. E ainda acrescentou um gole de deboche que respingou o dano na humanidade. Cautela teria sido mais adequado...
  
Sêneca em “Os Enganos do Mundo”, diz que “a liberdade é um bem que não pode ser nem comprado e nem vendido - você deve dar a si mesmo. “Peça-o para ti mesmo”. O filho de JÁPETO, PROMETEU, não somente não pediu, mas também perdeu esse bem.