quarta-feira, 10 de outubro de 2012

MERKEL ELOGIA GRÉCIA, MAS PEDE MAIS ESFORÇOS PARA FIM DA CRISE
  
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta terça-feira que a Grécia avançou nas iniciativas econômicas pedidas pelos credores para solucionar a crise financeira, mas pediu mais esforços a Atenas para sair do endividamento.

Em discurso após reunião com o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, em Atenas, ela alertou que os problemas gregos poderão aparecer de forma mais dramática mais tarde caso não sejam tomadas as medidas de austeridade.

"Existe um progresso diário, muito do caminho já foi percorrido pelos gregos. Este é um esforço que deve ser feito e vale a pena. Caso contrário, os problemas voltarão a aparecer mais tarde de forma mais dramática".

Entre os pedidos de esforços, estão a manutenção da economia da dívida pública e a criação de medidas que impulsionem o crescimento.

Merkel ainda defendeu a concessão de fundos do Banco Europeu de Investimentos para recuperar a atividade econômica. "Nas próximas reuniões europeias devemos decidir a que fundos a Grécia pode ter acesso".

Apesar das exigências, ela considera que a Grécia deve continuar no euro e quer manter a cooperação com Atenas. "Alemanha quer ser um bom sócio e um bom amigo", disse.

A chanceler também reconheceu que, se a recessão piora nos países do sul da Europa, a crise atingirá também a Europa. "Temos uma moeda comum. Se um dos países não vai bem, o outro também não irá".

SAMARAS

Por sua parte, o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, disse que a Grécia está decidida a fazer o necessário para acabar com a crise, mas pediu um pouco de oxigênio à chanceler alemã.

"Enfatizei com a chanceler alemã que o povo grego sangra, mas está determinado a ficar no euro", disse.


PROTESTO NA GRÉCIA

  
Para Samaras, a visita fechou um ciclo de isolamento internacional da Grécia devido à crise financeira e os seis anos de recessão econômica.

Alemanha e Grécia assinaram acordos em temas como as melhorias no sistema de saúde e a modernização da administração regional.

Merkel foi recebida em Atenas com protestos intensos. Cerca de 50 mil gregos expressaram sua oposição à visita da chanceler alemã, a quem responsabilizam por impor as medidas de austeridade à sociedade do país.

Os moradores de Atenas desafiaram a proibição policial aos protestos e entraram em confronto com os agentes na praça Syntagma, no centro de Atenas.

Dois manifestantes vestiram-se de nazistas e carregaram uma bandeira com a suástica, provocando a Alemanha. Outro ficou nu no meio da praça, também em oposição aos alemães.

Há diversos cartazes na praça onde se leem frases como "isso não é uma União Europeia, é escravidão" e "fora, Merkel! A Grécia não é sua colônia."

A sede ateniense do Instituto Goethe, órgão oficial do governo alemão que promove o ensino da sua língua, também está sob proteção especial.

Professores, médicos e outros funcionários públicos não foram trabalhar nesta terça-feira, em sinal de protesto.